Sozinhos, por favor!

Este texto corresponde à minha opinião pessoal e não vincula outras quaisquer opiniões que não a minha.

Este Sábado as notícias andam todas à volta do mesmo. Os motivos da dissolução da Assembleia da República, por parte do Presidente da República e uma eventual coligação PSD-CDS às próximas eleições de 20 de Fevereiro. Sobre a primeira notícia, não vale a pena comentar mais nada pois, já foi muita coisa dita e discursos pouco percéptiveis e sem razão objectiva, são difíceis de comentar.

A segunda notícia tem-me feito reflectir bastante durante o dia de hoje. Os principais órgãos de comunicação social, dão como certa uma aliança pré-eleitoral entre PSD e CDS! Sinceramente, espero que estas notícias não correspondam à verdade. Depois da humilhação que o nosso Partido sofreu em Barcelos no congresso do PSD, agora é nos proposta uma aliança pré-eleitoral, pelos mesmos que há duas semanas nos assobiavam? Mas o que é isto?! O Governo cai, sem que a culpa seja dos elementos indicados pelo CDS e agora querem que nós paguemos uma factura que não é nossa? Por favor, tenhamos dignidade!

Somos um partido combatente, já demos prova disso ao longo da História. O Presidente do Partido passou toda a semana a ouvir dirigentes, independentes e outros sectores sociais para depois irmos a correr dizer que sim ao parceiro da coligação governamental?! Não, espero bem que não! O Partido tem que ser ouvido como um todo. Parece-me que não sou só eu a partilhar esta opinião.

As trapalhadas dos últimos dias nada dignificam um partido conservador como o nosso. Não podemos esquecer o nosso eleitorado e a troco de lugares, ignorar aquilo que nos move, os nossos ideais, as nossos valores, as nossas convicções. Em sede própria, já manifestei o meu desagrado como uma possível coligação pré-eleitoral. Não é falta de lealdade para com o nosso parceiro de Governo. É um pedido para redefinição do espaço político de cada um dos partidos. Era bom que tal acontecesse. Espero que as notícias sejam (como diria o Almirante Pinheiro de Azevedo) apenas "fumaça"...

Miguel Soares