sexta-feira, novembro 26, 2004

Qual é o mal?

Na entrevista realizada esta Terça-Feira à RTP, o Primeiro-Ministro Pedro Santana Lopes referiu à jornalista Judite de Sousa que o normal, em situações de governos de coligação, é que os partidos que compõem o elenco governamental concorram sózinhos. Só depois de realizadas as eleições, é que se devem fazer acordos de governabilidade do País.
Querem saber a minha opinião? Não me choca nada que tal aconteça. É verdade que temos um projecto comum, onde estamos inseridos e do qual fazemos parte, que é o Governo de Portugal. Há um projecto concreto de governação, uma ideia para o País, uma vontade de reformar. Óptimo!! Se existe agora e é um projecto a curto-longo prazo, este deve continuar depois de 2006. Seja com coligação pré-eleitoral, seja com um acordo pós-eleitoral.
Até digo mais: sou mesmo a favor que os partidos concorram sózinhos para vermos quanto vale cada um. O CDS não tem medo de ir a eleições sózinho. Já o mostrou diversas vezes. Temos espírito de combate e, por mais que queiram "acabar connosco", somos uma força política fundadora da Democracia portuguesa, com um eleitorado próprio, com os nossos próprios valores, a nossa própria ideologia.
Se Portugal quiser contar com o CDS como fez em 2002, dando-nos um papel de establidade para a formação de uma maioria parlamentar e governamental, cá estamos nós! Agora não queremos é sentir que o nosso parceiro de coligação "faz um frete" para concorrer connosco. Muito menos "ouvir bocas" nos congressos social-democratas, que nos tratam como se nós fossemos o inimigo ideológico do PSD.
Nada disso... Somos factor de estabilidade e mesmo sabendo que, provavelmente, vamos separados a eleições em 2006, seremos sempre factor de união no Governo.
Portugal estará sempre primeiro e o interesse nacional é bastante maior do que a existência de algum mal-estar por parte de quem devia tratar-nos com bastante mais respeito...
Miguel Soares

2 Comments:

Blogger Epicurismos Visuais said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

7:55 da tarde  
Blogger Epicurismos Visuais said...

Caro Miguel!!
Não podia deixar de concordar contigo. A cada dia que passa, assistimos a dúvidas, interrogações, suspeitas e imposições dos nossos colegas de coligação. É certo que somos o partido minoritário, mas isso não pode pôr em causa a nossa credibilidade, as nossas convicções e objectivos, ainda que no momento tenham que ser comuns aos do PSD. O nosso intuito/objectivo é tornar Portugal num país com uma democracia consolidada, desenvolvido e mais equilibrado socialmente. É objectivo da Democracia-Cristã esbater as diferenças socias.Mas também somos um partido que não sendo eurocéptico, é anti-federalista e, como é lógico, só poderia aguardar nas últimas eleições europeias, uma tomada de posição da Direcção Nacional do CDS-PP no sentido de existirem listas independentes, para um âmbito onde os 2 partidos de coligação têm ideias determinantemente diferentes!! Suponho que era o pressuposto mais correcto!! Concorreriam sozinhos, dadas as suas clivagens flagrantes neste capítulo. Aliás, até como forma de estabilizar a própria coligação! Mas parece que o argumento da estabilidade serviu sim, para justificarem uma eleição conjunta!! Pergunto agora eu, o que esta trouxe de mais-valias!!? Quiçá nada. Atrevo-me mesmo a dizer que poderá sim, suscitar dissabores a posteriori, nos dois partidos!! Ora, estando Portugal na chamada "linha da frente" dos países desenvolvidos, apelidados de países modernos ocidentais, onde existe grande respeito pelas diferenças, e, curiosamente onde as minorias, são cada vez mais defendidas, assisto eu ao fenómeno inverso em Portugal, no próprio Governo. Ou seja, o PSD não quis respeitar as nossas diferenças ideológicas, já históricas,quanto à Europa e, forçou-nos a uma campanha conjunta!! Que lástima!! Ver um partido com forte tendência federalista coligado com outro quase eurocéptico!! No que isto poderia resultar!? Obviamente no desfecho que acabou por ter!! Uma derrota lancinante, por ventura, protagonizando o início do fim deste coligação! Os dois partidos, forçosamente claudicaram perante princípios tão distintos! Como poderiam os eleitores entender uma união quase entre "agua e azeite", para eleições europeias? Não poderiam! Tal como eu enquanto simpatizantre e militante do CDS-PP não consigo justificar, nem o desrespeito do PPD-PSD em relação às nossas convicções, nem a cobardia do CDS-PP para dizer que, aí seríamos irredutíveis. É uma questão de princípio!! Voltando atrás neste juízo, estamos a defrauldar eleitores nossos e, simultaneamente a perdemos credibilidade.
Melhor futuro espero dos nossos políticos!!

8:04 da tarde  

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