Bolonha com vários sabores
Reuniu no passado sábado, dia 16, pela primeira vez, o Movimento Associativo de Direita para discutir a situação actual do Ensino Superior. Esta iniciativa promovida pela Juventude Popular resultou numa série de compromissos que visam reflectir o panorama geral e os seus principais responsáveis.
Numa altura em que o Ensino Superior atravessa delicadas transformações, em resultado da implementação do Processo de Bolonha, lamentamos e denunciamos o comportamento dos diversos agentes educativos:
O Ministério da Ciência e Ensino Superior, na pessoa do Prof. Mariano Gago, descartou-se por completo das suas responsabilidades e entregou Bolonha à autonomia Universitária, esquecendo-se que um projecto que ambiciona uniformizar o ensino na Europa jamais terá espaço para discrepâncias internas.
Por seu lado, as instituições de ensino vão adaptando Bolonha às suas necessidades. Vítimas da decrescente procura, apostam o seu futuro numa Bolonha virtual, implementando “em cima do joelho” e com sedutoras técnicas de marketing um processo que parecem desconhecer. Ao contrário de um projecto estrutural, Bolonha tornou-se nas aspirinas das Universidades. Melhora agora, mas não cura!
E uma das partes responsáveis são as ordens profissionais. Condicionam mais este processo que o próprio Ministério. Chegam inclusivamente, naquilo que julgamos um abuso de poder, a ultrapassar a autoridade do Estado e a impor regras ilegítimas.
Com a mesma parcialidade agem os sindicatos e docentes. A maioria apenas “pensa nos seus umbigos” e presos a “direitos adquiridos” colocam entraves a Bolonha. E à custa dessa acção sindical perdemos a competitividade que este processo exige a Portugal
Por fim, as Associações de Estudantes parecem adormecidas e desatentas. Não reagindo nunca, justo num momento em que todas as alterações são pensadas e aplicadas, serão certamente cúmplices neste desleixo geral, que poderá pôr em causa o futuro do nosso ensino e dos nossos jovens.
Perante isto, propõe-se a JP a realizar um levantamento nacional da implementação do Processo de Bolonha para posteriormente o transmitir ao Prof. Mariano Gago e a todos os contribuintes, pois também estes merecem conhecer as hipóteses do nosso ensino no futuro.
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